terça-feira, 24 de abril de 2012

Joel já balança no cargo

A segunda eliminação em dez dias não foi o bastante para a diretoria Flamengo decidir pela demissão do técnico Joel Santana. Por ora, a cúpula de futebol garante a permanência do treinador no cargo.
O discurso é de que o pouco tempo para treinar o elenco prejudicou o trabalho, mas nos bastidores do clube da Gávea a vontade de alguns dirigentes é pela contratação de outro profissional. O que segura Joel no clube é a alta multa rescisória – cerca de R$ 3 milhões –, tendo em vista que a opção pela rescisão unilateral obriga o Rubro-Negro a pagar os salários até o fim do contrato (em dezembro). Uma rescisão amigável ainda não foi conversada entre as partes. O desperdício de verba quer ser evitado pela alta cúpula num momento em que o cofre do clube está combalido por dívidas com Ronaldinho, Deivid e Vanderlei Luxemburgo. Restam poucos recursos para o pagamento dos salários de março, com vencimento amanhã, e há as cobranças para a contratação de reforços para o Brasileiro. A prioridade é enxugar a folha salarial, dispensando jogadores que não estão sendo utilizados e investindo em reforços para suprir carências. Internamente, a insatisfação com o treinador é grande. Membros influentes da diretoria questionaram as substituições de Joel no clássico contra o Vasco. – Dá para entender a saída do Kleberson? Era o melhor jogador do time. O Deivid já estava cansado. As mudanças prejudicaram o time – reconheceu um dirigente.

Joel tenta explicar derrota para o Vasco

Outras correntes no Flamengo questionam a decisão de segurar o treinador somente pela multa rescisória e já estudam nomes para substituir Joel no cargo. – Vai esperar o Flamengo ficar sem chances de vencer o Brasileiro para mandar ele embora? – reclama um outro dirigente. A indecisão interna mais uma vez pode ser um inimigo do Fla. Receio de Patricia Amorim conta na decisão Em recente entrevista, a presidente Patricia Amorim admitiu que a decisão de demitir Vanderlei Luxemburgo foi tomada na hora errada. E para não ser criticada por mais uma mudança malsucedida que piorou os resultados do time, a mandatária preferiu manter Joel Santana por enquanto no cargo.

 O temor de que mais um fracasso em medidas tomadas na gestão dela possa ser usado por seus opositores num ano eleitoral no Flamengo também foi um dos motivos para a cautela na decisão da dirigente. O principal motivo, entretanto, foi pela parte financeira, uma vez que o Flamengo ainda não quitou a multa rescisória de Vanderlei Luxemburgo, que saiu do clube há dois meses. A contratação de mais um profissional renomado prejudicaria os dirigentes na hora de reforçar o elenco para o Brasileiro. A demissão não faz parte do planejamento financeiro e poderia prejudicar ainda mais a montagem do elenco para o Campeonato Brasileiro. Clube deve salários da última passagem de Joel  Caso tome a decisão de demitir o técnico Joel Santana após dois fracassos consecutivos no primeiro semestre, a diretoria irá acumular o débito relativo à última passagem do treinador no Flamengo, em 2008. Questionado sobre a possibilidade, o treinador não falou diretamente sobre o assunto.

 – Não posso falar sobre isso, sou empregado do clube e a minha função dentro do clube é dar o equilíbrio ao grupo e a torcida que nós representamos. Queríamos ir longe nas duas competições, mas é pensar no que precisa no Brasileiro, que começa daqui a 20 dias. Temos que revitalizar esse grupo com alguma situação, não adianta falar muita coisa, se a direção falar que o time é esse e vamos  ter que dar um jeito, sabemos que tem posições carentes – disse Joel Santana.  Essa é a quinta passagem de Joel Santana no Flamengo. No último trabalho, conquistou o título carioca de 2008, mas acabou deixando o clube e se transferiu para a  seleção da África do Sul após ser eliminado na Libertadores. Após uma crise na relação de Vanderlei Luxemburgo com grande parte do elenco rubro-negro, a diretoria achou na contratação de Joel o perfil ideal para melhorar o clima interno entre os jogadores.

Fonte: LanceNet

SRN Bruno Mello  

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